Ainda sobre planejamento
Quero me deter um pouco mais a respeito desse assunto: o planejamento. Isso porque percebemos que é um ponto nevrálgico que anda rondando as obras principalmente na esfera pública.
A necessidade de cumprir os prazos para fazer editais e licitações muitas vezes deixa prejudicada a parte do planejamento.
O papel do arquiteto que começa no levantamento das necessidades e na definição do programa se torna primordial. Esse levantamento, feito na maioria das vezes através da entrevistas com os usuários, é que vai embasar todo o projeto. Nessa etapa é preciso detectar corretamente as necessidades e preferências, definir exatamente a função do edifício, dimensionamentos, quais as atividades que vai abrigar de acordo com as possibilidades do terreno, dos condicionantes ambientais e dos usuários.
Um levantamento mal elaborado com certeza vai levar a modificações do projeto durante a obra e consequentemente, ao aumento de custos.
Como diria Sêneca (o filósofo) “Não há vento favorável para quem não sabe a que porto se dirige”.
Com o levantamento de necessidades bem executado é a hora da definição de um Plano de Projeto para guiar toda a execução e o controle. Em linhas gerais seria: o que vai ser construído, como será feito e para que será utilizado.
Bibliografia a respeito do assunto não falta, além do que, cada equipe trabalha de uma maneira. Mas basicamente, o Plano de Projeto engloba 3 elementos principais:
- o Escopo do trabalho (objetivos),
- o Plano de Ação (metodologia, atividades, tarefas e recursos a serem utilizados) e por último
- a Avaliação (acompanhamento e avaliação da execução e dos resultados).
Alguns elementos dessa estrutura podem ter pesos diferentes dependendo do tipo de projeto e das características específicas. Particularidades afora, esta estrutura se aplica a praticamente todo tipo de projeto. Essas 3 partes são imprescindíveis, ou seja, não podem deixar de ser consideradas.
Vejo como o maior objetivo desse processo de planejamento, antecipar as ações de maneira a se alcançar o resultado esperado, atendendo os requisitos de prazo, qualidade e custo. Quanto mais realista e detalhado for o planejamento, menos teremos necessidade de “apagar incêndios” pelo meio do caminho.
Tomando os japoneses como exemplo, o lema é planejar primeiro de forma consistente para depois executar, ou ainda, planejar devagar pra construir mais depressa.
Ilustrações: Milton Kennedy
Saudações Inone, seu blog é bem bacana e diversificado. Obrigado por citar-me.
ResponderExcluirCordial abraço, saúde e paz.