Firma Casa


Recentemente inaugurada (outubro 2011) em São Paulo após uma reforma, o novo espaço da galeria Firma Casa mostra uma nova proposta com criatividade, flexibilidade e inovação na utilização dos materiais. A marca da empresária Sonia Diniz Bernardini criada em 1993 é um mix de showroom multimarcas e galeria de arte que mostra sempre edições limitadas e peças únicas de marcas reconhecidas mundialmente.

O projeto arquitetônico é do Studio Superlimão com concepção artística e paisagismo dos irmãos Campana que há tempos já são parceiros da marca.

A reforma da casa de 526 m² veio a partir da necessidade de uma reforma estrutural para que a edificação comportasse não somente a loja, mas também a galeria com possibilidade de receber peças de grande porte. Neste contexto, todo o conceito do projeto foi voltado para potencializar a resistência e flexibilidade do espaço. O objetivo é ter exposições temporárias, nacionais e internacionais, ao longo do ano como forma de mostrar ideias e conceitos de design/arte.

O projeto minimalista dos anos 90 foi totalmente abandonado abrindo as portas para novos materiais – ferro e concreto, por exemplo – competindo com cores, luz e sombras, verdes e cinzas.

A solução arquitetônica buscou uma dimensão industrial onde o esqueleto estrutural fica totalmente à mostra e a serviço da flexibilidade que a galeria precisa. Todas as vigas do projeto se mantêm como no início da obra, expostas, o que garante um efeito interessante ao espaço interno visto da entrada e reforça o caráter industrial da concepção.

O espaço interno foi descompartimentado e segmentado em duas áreas principais, a galeria com pé direito de aproximadamente 6m e a loja que pode também ser ampliada devido a uma grande porta de correr que faz divisa com o estoque e que eventualmente pode servir como área de exposição.

A fachada chama a atenção pela volumetria diferenciada e soluções inéditas. Foi conceito dos irmãos Campana revestir toda ela com uma espécie de origami de chapas dobradas de alumínio que forma cerca de 2,5 mil vasos com plantas da espécie espada de são Jorge (Sansevieria trifasciata). Essa planta muito usada em rituais da cultura afro-brasileira remete à cultura popular brasileira como sendo um símbolo de poder. A disposição dos vasos na malha além de produzir um efeito visual interessante permite um sistema eficiente de irrigação onde a água escorre de um vaso para outro até chegar ao chão. Da mesma forma permite que a luz do dia penetre entre os espaços influenciando a temperatura interna do ambiente.

As instalações elétricas correm em um grid metálico aparente de perfilados fixados independentemente. As paredes e estruturas metálicas também permitem que as peças em exposição sejam fixadas, garantindo aproveitamento total do espaço e complementando a ideia de estrutura aparente e funcional do projeto.

No piso o mosaico português, característico no piso das construções da região, foi totalmente aproveitado, reutilizado como substrato junto à brita para a formação de um piso com característica drenante semelhante à da areia e contribui com o caráter sustentável do projeto. Para amalgamar a mistura, foi aplicado pela primeira vez no Brasil, o ElastopaveTM, uma cola especial da alemã Basf que pode ser usada para unir vários tipos de materiais.

Na vitrine, os pallets destinados ao armazenamento de estoque são utilizados como estantes convencionais para as peças exclusivas da galeria.

Betoneiras, escadas e outras peças garimpadas em ferros-velhos e utilizadas durante a obra completam o ambiente e também servem como expositores da nova Firma Casa multinacional .

Uma porta “camarão” de aço, capaz de abrir o suficiente para a entrada de uma empilhadeira, faz a ligação com a parte interna do espaço. O piso interior da galeria, com espessura de 18 cm e capacidade para suportar toneladas é de concreto, o que permite a entrada de peças não só de grande porte, mas também, de peso elevado na parte interna do espaço.

Fonte: Archdaily, Superlimão








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