No Ceará a energia vem das ondas

Um país continental como o Brasil que possui um litoral de cerca de 8 mil quilômetros de extensão tem um potencial imenso de produção de energia abundante, limpa e renovável: as ondas do mar.

A primeira usina de ondas da América Latina funcionará, a partir deste mês, no porto de Pecem, a 60 km de Fortaleza.

O Ceará foi escolhido para abrigar esse mecanismo principalmente pela constância dos ventos alísios.
As ondas do mar cearense não atingem níveis tão elevados, como no Havaí, Canadá ou Europa, por exemplo, (veja a figura) mas a ação constante dos ventos aqui proporciona a regularidade de frequência e altura das ondas necessária para o bom funcionamento da usina.



O projeto financiado pela Tractebel Energia através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica contou com o apoio Eletrobrás, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia Submarina do Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-graduação de engenharia da UFRJ) tem o compromisso de testar os conceitos e comprovar tanto a viabilidade quanto a confiabilidade antes de começar a pensar em mais usinas desse tipo no restante do litoral.

O potencial do nosso litoral é grande, capaz de receber usinas de ondas que produziriam até 87 Gigawatts. Na prática, de acordo com especialistas da Coppe, é possível converter cerca de 20% disto em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no país.

Dois enormes braços mecânicos foram instalados no píer do porto do Pecém. Na ponta de cada um deles, em contato com a água do mar, há uma boia circular. Conforme as ondas batem, a estrutura sobe e desce. O movimento contínuo dos flutuadores aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, no qual não há troca de líquido com o ambiente, circule em um ambiente de alta pressão.

Fazendo uma analogia com as hidrelétricas, em vez de termos uma queda d’água, temos isso de forma concentrada em dispositivos relativamente pequenos, onde a pressão simula cascatas extremas de 200 a 400 metros.

Em termos de comparação de custo, uma usina deste tipo tem custo quatro vezes maior que uma hidrelétrica, enquanto que a eólica costuma ter a metade do custo.

Quanto aos impactos, são mínimos: sem barulho, sem perturbar a vida marinha (a não ser no período de implantação) e nem mesmo visual, pois a estrutura fica parcialmente submersa não oferecendo perigo nem à navegação nem à recreação.

Fonte: UFRJ, O Globo




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