Tijolo Cerâmico


O tijolo cerâmico presente na maioria nas construções de diversas culturas durante séculos começou a ser substituído por materiais e técnicas que respondiam às novas tendências a partir do século 19 quando as construções precisavam resistir aos grandes vãos e às grandes alturas. 

E quando a gente pensa que aqueles novos materiais surgidos tais como os polis, as diversas formas do concreto ou os elementos metálicos iriam levar o nosso tijolo à falência, vemos uma tendência contrária através dos trabalhos de arquitetos internacionais. Eladio Dieste, arquiteto uruguaio já nos anos 40 concebeu o que viria a ser a cerâmica armada; o mestre Renzo Piano com o japonês Toyo Ito desenvolvem as fachadas ventiladas em cerâmica como superfícies de alto desempenho.

O arquiteto espanhol Vicente Sarrablo elaborou com a Universidade Internacional da Catalunha uma solução chamada Flexbrick (detalhes em www.flexbrick.es), que também emprega tijolos na composição de “peles” próprias para pavimentação, paredes, coberturas, abóbodas, etc.

Faz-se assim um resgate da condição versátil do material, relembrando que ele se presta à realização de um todo homogêneo na construção assim como, recoloca a cerâmica no rol dos materiais que, nada arcaicos, agregam tecnologia e apontam para o futuro.

No Brasil essa tendência de mudança se anuncia na Construção com Pré-Fabricados Cerâmicos (CPC) das unidades residenciais da Moradia Estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciada em 1989 e finalizada no ano seguinte. Projetada por Joan Villá, arquiteto espanhol que vive no Brasil há muitos anos, o projeto se destaca pelo interessante movimento da volumetria permeada de verde que valoriza o material inclusive para o incremento da habitação social no Brasil. 

A Moradia Estudantil da Unicamp ocupa uma área total de 55.000 m², sendo 22.000 m² de área construída, contando com 226 casas (com capacidade para 4 estudantes), 27 estúdios (destinados a casais), 13 salas de estudo, 4 centros de vivência e 1 campo de futebol. Está localizada a 3 km do campus, na Vila Santa Izabel, distrito de Barão Geraldo. 

Essa solução emprega fôrmas semelhantes às do concreto armado, onde o tijolo é reforçado pela adição de barras de aço reproduzindo um caminho já encontrado desde a Roma antiga e tem sido reintroduzida lentamente durante o século 20. 

A inovação neste caso une a cerâmica armada à pré-fabricação, viabilizando painéis feitos com blocos para uso em parede, laje, escada e cobertura, que podem incorporar tubulação para a rede hidráulica e elétrica – e são montados antes da obra com o auxílio de gabaritos, o que facilita a execução.

Fonte: Casa Abril











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