Planejar é preciso


“Quase todas as obras públicas executadas no Brasil não terminam como planejadas ou não tiveram planejamento adequado.”

Essa foi a constatação de uma pesquisa do Jornal Estado de São Paulo, mas essa realidade já é evidente pra todos que trabalham de alguma maneira com essas obras. Somos um país com pouca tradição nessa área de planejamento, mas há alguns anos já estamos evoluindo no sentido da regulamentação de procedimentos e da obrigatoriedade de ações de planejamento.

Os problemas sempre aparecem durante a obra, novas necessidades que geram modificações de projetos, quando os prazos são estendidos, as tecnologias são alteradas, os materiais de construção trocados e, ainda por consequência, os preços acabam se tornando mais altos. 

Nessa bola de neve entram os intermináveis aditivos que além de tornar a obra mais cara e gerar atrasos consistentes, ainda privam a população daquele serviço ou bem público que está sendo construído.

Essa etapa de planejamento de obra é primordial para a qualidade do empreendimento e deve considerar prazos, custos, prever os impactos ambientais, elaborar diretrizes e padrões a serem seguidos durante a execução dos projetos. Esse planejamento é realizado basicamente com o estudo e análise crítica dos projetos, elaboração dos cronogramas financeiros, de atividades de treinamento e estudo do layout do canteiro de obras de modo a aperfeiçoar a realização das atividades previstas.

Uma obra sem qualidade implica necessariamente em maiores custos que é o resultado evidente da falta de um planejamento bem executado.

Uma entrevista do portal AECWeb identifica a origem desse problema ainda na universidade porque a maioria dos cursos de engenharia não ensina a planejar.

De acordo com o professor Eduardo Linhares Qualharini da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) o gestor de projetos deve ser pró-ativo e estudioso, ter visão de futuro, ter a mente aberta para rever conceitos, abrir mão dos modismos e aprender sempre, adotando soluções construtivas que evitem desperdícios.

Qualharini afirma que os profissionais da construção civil têm a característica de fazer tudo de maneira empírica e que, na maioria dos casos, não existe gestão do conhecimento. Para ele, é incomum o registro de informações sobre desenvolvimento das obras, seus problemas e soluções. “Normalmente, as escolas de engenharia ensinam cálculos, a pensar nas estruturas, a fazer e entregar a obra pronta, mas não mostram como fazer”.

Segundo o professor “Antigamente, para cada quatro prédios construídos um era jogado fora. Hoje, as estatísticas ainda não estão concluídas, mas estima-se que a cada três prédios um é descartado. Já melhorou, mas no Japão, cada edifício construído tem um desperdício de apenas 15% e nos EUA 20%. Temos muito que evoluir. Nosso gerenciamento ainda está engatinhando comparado a eles”, critica.

Desta forma o planejamento pode ser a base para essa racionalização do processo de construção. O redirecionamento de condutas e ações de controle resulta no aumento na eficácia e na efetividade das ações para concretização de obras públicas com qualidade evitando-se o desperdício. Além disso tudo, ainda é um meio de se evitar a corrupção e os desvios porque o gestor executará exatamente de acordo com o projeto, respondendo à responsabilidades de acordo com o que está assinado.

Fonte: Contrumanager

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