Copa do Mundo e Olimpíada no Brasil

Eu particularmente sou contra essa historia de termos Copa do Mundo e Olimpíada no Brasil. Acho que o dinheiro que será gasto para esses eventos poderia ser mais bem aproveitado em benefício da população para construção de hospitais, escolas, infra estrutura, etc. Isso sem falar da possibilidade de se repetir a vergonha da roubalheira que aconteceu nos ultimo PAN no Rio de Janeiro. Mas esse é um assunto que não diz respeito a este blog. A mídia já tem divulgado amplamente os problemas.

Importante para este blog é citar apenas um dos itens (existem outros) da experiência de Londres que será sede da Olimpíada de 2012. Diferentemente do Brasil para a Copa de 2014, que ainda não começou a fazer quase nada, lá o Estádio Olímpico que vai sediar o atletismo assim como as cerimônias de abertura e encerramento do evento e começou a ser construído em 2008, já está pronto e será testado em próximos jogos.

A lição inglesa nos ensina como um mega evento esportivo como a Copa do mundo ou Jogos Olímpicos pode realmente colaborar em diversas áreas como saúde, educação, cidadania, segurança, etc. quando os gestores se preocupam de verdade com a boa aplicação do recurso público sem desperdício e sem pensar nos seus próprios bolsos.

O Estádio Olimpico, projeto de Hok Sport e Peter Cook do escritório Populous além de ser um dos maiores do mundo é também o mais sustentável já construído. A maior parte do material utilizado é reciclável com o maior foco na necessidade de reduzir drasticamente o custo da construção.

Em primeiro lugar o aço utilizado na construção foi 75% mais leve que o habitual em outros estádios. Além disso armas de fogo, facas e objetos de metal apreendidas pela polícia britânica foram, fundindas e recicladas para serem utilizadas como ferro, aço para a construção. Semana passada ainda vi reportagens discutindo o que fazer com a quantidade de armas apreendidas que estão lotando os depósitos da polícia e dos tribunais. Ninguem pensou nisso?
Armas e facas apreendidas foram fundidas e transformadas em ferro e aço utilizados na construção



Imagem: Inhabitat

A capacidade do estádio durante o evento será de 80.000 pessoas, mas apenas 25.000 são fixos, o resto, colocado numa estrutura metálica leve será removido após os jogos para que o estádio possa ser reaproveitado em diversos outros eventos menores e de diversas maneiras.

A estrutura do anel superior da cobertura foi executada com o excedente da produção de tubos de gás.

O uso de aço e concreto também foi reduzido porque a parte inferior do estádio foi projetada no chão dentro de uma bacia.

Toda a infra estrutura para o atleta como vestiários, serviço médico e até uma pista de aquecimento com 80m estará dentro do estádio, porém os serviços para o espectador como cantinas, lojas, etc foram colocados do lado de fora, em volta do estádio podendo ser utilizados mesmo quando não há jogos.

Os organizadores das Olimpíadas de 2012 em Londres querem repassar para o Rio de Janeiro o know-how de criar um evento esportivo sustentável. Durante a visita que fez à Vila Olímpica, o embaixador britânico em Brasília, Alan Charlton, afirmou que "O que é muito importante é planejar a partir do primeiro minuto, não é possível adicionar sustentabilidade depois. Por isso é importante fazer isso agora no Rio de Janeiro, antes de construir mais para os Jogos de 2016", afirmou o embaixador.

"Em Londres, nós tivemos dois anos de planejamento, quatro anos de construção e temos um ano para testar tudo. No momento, no Rio, o que é importante é o planejamento. Podemos fazer muita coisa juntos nesse momento de planejamento." (BBC-Brasil)

Fonte: BBC-Brasil, London2012, Inhabitat

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