Carne e Livros
Não tem muito a ver com arquitetura, mas tem muito a ver com educação. Fico orgulhosa em conhecer iniciativas como a do Açougue Cultural T-Bone em Brasília.
Quem poderia imaginar que um açougue pudesse ter uma estante de livros para incentivar a leitura? Carne e livros, realmente é uma combinação estranha. No início espanta porque ninguém tem costume de se deparar com livros num açougue.
Luiz Amorim é hoje o dono e fundador do Açougue Cultural T-Bone. A história dele comove: dos 7 aos 12 anos de idade trabalhou como pedreiro e engraxate; veio para Brasília em 1973, com 12 anos e trabalhava como vigia e engraxate quando foi contratado pelo pequeno açougue Damasco na 312 Norte, na época de propriedade de dois irmãos sírios.
Como morava nos fundos do açougue e não tinha pra onde ir, fechava a loja e ia ler. Lia para passar o tempo e acabou apaixonado pelos livros. Luiz foi alfabetizado aos 16 anos, leu seu meu primeiro livro aos 18 e depois começou a ler muita filosofia. Segundo ele, seu primeiro livro foi um gibi de filosofia onde afirma que leu e não entendeu, mas achou interessante e daí começou a ter compulsão pela leitura. Lia uma média de 10 a 15 livros por mês.
Em 1994, conseguiu comprar a loja e instalou uma estante com dez livros para emprestar e arrecadar doações e transformou-a no primeiro açougue cultural do mundo. Depois de dificuldades com a Vigilância Sanitária que fechou o açougue por causa dos livros, no final de 2002, ele abriu uma biblioteca comunitária na SQN 712/13, uma casa com mais atividades culturais e 45 mil livros à disposição da comunidade.
Um projeto que acho maravilhoso do Açougue Cultural T-Bone é o da “Parada Cultural – Biblioteca Popular 24 horas”, ou seja uma biblioteca popular que funciona 24hs por dia desde 2007 nos pontos de ônibus da Asa Norte. Os livros na sua maioria doados pela comunidade são colocados nas próprias paradas de ônibus e qualquer cidadão pode pegar emprestado sem a exigência de documentos e sem preenchimento de cadastro. Mesmo sem nenhum tipo de controle, tudo que sai, volta para as prateleiras das paradas de ônibus. Acredita-se que mil publicações sejam emprestadas por dia.
Os livros ficam acondicionados dentro de um armário-estante especialmente projetado para este fim e em prateleiras abertas. Agora ele está colocando também nos pontos de ônibus um jornalzinho bimestral, o “Parada Cultural”, colorido e recheado de poesias, contos, crônicas e outros conteúdos de educação e cultura.
O modelo criado por ele está ganhando fama em outros estados e até fora do Brasil. Visa incentivar a leitura aos usuários do transporte coletivo, cuja grande maioria é moradora de cidades vizinhas de Brasília e não freqüentam bibliotecas. “Na parada de ônibus, as pessoas não precisam correr atrás dos livros. São os livros que correm atrás das pessoas”, diz Luiz.
Esse projeto tem apoio da Administração de Brasília e da Biblioteca Demonstrativa de Brasília além de importantes instituições patrocinadoras tais como Petrobras, Banco Regional de Brasília, Embaixada Espanha, Unesco e Embaixada da Austrália.
Além disso o açougue desenvolve ainda outros projetos culturais, entre eles o “Noite Cultural” que já é referência cultural de Brasília realizando eventos culturais ali mesmo na rua, em frente do açougue todas as quintas-feiras com participação de artistas conhecidos ou não.Nomes como Ze Ramalho, Milton Nascimento e Alceu Valença já se apresentaram (veja a agenda aqui).
Para Luiz muito mais do que a biblioteca, do que a participação de um público de até 20 mil pessoas da comunidade numa Noite Cultural, o ponto alto é a reflexão que as pessoas fazem. “Para mim essa é a maior obra e está ao alcance de todo mundo. Mas a maior satisfação é, mesmo, quando alguém pega um livro.”
Fonte: T-Bone Açougue Cultural
Quem poderia imaginar que um açougue pudesse ter uma estante de livros para incentivar a leitura? Carne e livros, realmente é uma combinação estranha. No início espanta porque ninguém tem costume de se deparar com livros num açougue.
Luiz Amorim é hoje o dono e fundador do Açougue Cultural T-Bone. A história dele comove: dos 7 aos 12 anos de idade trabalhou como pedreiro e engraxate; veio para Brasília em 1973, com 12 anos e trabalhava como vigia e engraxate quando foi contratado pelo pequeno açougue Damasco na 312 Norte, na época de propriedade de dois irmãos sírios.
Como morava nos fundos do açougue e não tinha pra onde ir, fechava a loja e ia ler. Lia para passar o tempo e acabou apaixonado pelos livros. Luiz foi alfabetizado aos 16 anos, leu seu meu primeiro livro aos 18 e depois começou a ler muita filosofia. Segundo ele, seu primeiro livro foi um gibi de filosofia onde afirma que leu e não entendeu, mas achou interessante e daí começou a ter compulsão pela leitura. Lia uma média de 10 a 15 livros por mês.
Em 1994, conseguiu comprar a loja e instalou uma estante com dez livros para emprestar e arrecadar doações e transformou-a no primeiro açougue cultural do mundo. Depois de dificuldades com a Vigilância Sanitária que fechou o açougue por causa dos livros, no final de 2002, ele abriu uma biblioteca comunitária na SQN 712/13, uma casa com mais atividades culturais e 45 mil livros à disposição da comunidade.
Um projeto que acho maravilhoso do Açougue Cultural T-Bone é o da “Parada Cultural – Biblioteca Popular 24 horas”, ou seja uma biblioteca popular que funciona 24hs por dia desde 2007 nos pontos de ônibus da Asa Norte. Os livros na sua maioria doados pela comunidade são colocados nas próprias paradas de ônibus e qualquer cidadão pode pegar emprestado sem a exigência de documentos e sem preenchimento de cadastro. Mesmo sem nenhum tipo de controle, tudo que sai, volta para as prateleiras das paradas de ônibus. Acredita-se que mil publicações sejam emprestadas por dia.
Os livros ficam acondicionados dentro de um armário-estante especialmente projetado para este fim e em prateleiras abertas. Agora ele está colocando também nos pontos de ônibus um jornalzinho bimestral, o “Parada Cultural”, colorido e recheado de poesias, contos, crônicas e outros conteúdos de educação e cultura.
O modelo criado por ele está ganhando fama em outros estados e até fora do Brasil. Visa incentivar a leitura aos usuários do transporte coletivo, cuja grande maioria é moradora de cidades vizinhas de Brasília e não freqüentam bibliotecas. “Na parada de ônibus, as pessoas não precisam correr atrás dos livros. São os livros que correm atrás das pessoas”, diz Luiz.
Esse projeto tem apoio da Administração de Brasília e da Biblioteca Demonstrativa de Brasília além de importantes instituições patrocinadoras tais como Petrobras, Banco Regional de Brasília, Embaixada Espanha, Unesco e Embaixada da Austrália.
Além disso o açougue desenvolve ainda outros projetos culturais, entre eles o “Noite Cultural” que já é referência cultural de Brasília realizando eventos culturais ali mesmo na rua, em frente do açougue todas as quintas-feiras com participação de artistas conhecidos ou não.Nomes como Ze Ramalho, Milton Nascimento e Alceu Valença já se apresentaram (veja a agenda aqui).
Para Luiz muito mais do que a biblioteca, do que a participação de um público de até 20 mil pessoas da comunidade numa Noite Cultural, o ponto alto é a reflexão que as pessoas fazem. “Para mim essa é a maior obra e está ao alcance de todo mundo. Mas a maior satisfação é, mesmo, quando alguém pega um livro.”
Fonte: T-Bone Açougue Cultural
Livros nas paradas de ônibus |
Luiz Amorim substituindo livros nas paradas de ônibus |
Noite Cultural na 312 Norte |
Oi Ione,
ResponderExcluirQue iniciativa bacana, heim?
Bjus
Paula Kasas
A Moda em Acabamentos e Complementos